Covid-19: pesquisa da UCS desenvolve modelo de Inteligência Artificial para monitoramento de contágio populacional

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 22/01/2021 | Editado em 23/01/2021

Em fase de desenvolvimento, pesquisa multidisciplinar da UCS atua em ferramenta para mapear a tendência de contágios e, assim, orientar governos na tomada de decisões assertivas nos âmbitos da saúde e da economia

A Universidade de Caxias do Sul mantém suas equipes engajadas e comprometidas em apresentar soluções para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. No âmbito da pesquisa, diversas iniciativas ganham espaço. Um desses trabalhos, em fase de desenvolvimento e com a participação de entidades públicas e de empresas, utiliza Inteligência Artificial para identificar com antecedência focos de infecção entre a população, fornecendo, assim, subsídios ao poder público para a tomada de decisões ágeis, focadas em minimizar o contágio pelo vírus.

A pesquisa, intitulada Criação de um Modelo de Inteligência Artificial para Previsão e Identificação de Infecções por Sars-Cov-2 Considerando Testes RT-PCR e Sorologia IGG e IGM, ocorre no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde sob a coordenação do professor Leandro Corso (foto), doutor em engenharia com foco em otimização e docente de ambos os programas.

Trata-se de um robusto modelo matemático que faz uso de elevada capacidade computacional e algoritmos de aprendizagem de máquina, capaz de mapear a tendência de contágios e, a partir da leitura de dados oficiais já coletados, projetar o cenário futuro de infecções.

O coordenador explica que a ferramenta, embasada em Inteligência Artificial (IA), pode ser capaz de auxiliar na identificação de focos de infecção, tendências de alastramento ou de redução da doença, estratificados por diferentes critérios e condições. O acompanhamento da evolução ou diminuição do contágio seria possível a partir de análise dos resultados da testagem clínica populacional para o vírus.

Atua na iniciativa uma equipe multidisciplinar, com representantes do poder público, por meio dos governos municipal e estadual, universidades, empresas e sociedade civil, além de pesquisadores voluntários da graduação e da pós-Graduação da Universidade. São parceiros a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC-Caxias); o Instituto de Pesquisas em Saúde/Centro de Saúde Digital da UCS; o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS); o Instituto Hélice; a Prefeitura Municipal de Caxias do Sul e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

O financiamento dos trabalhos ocorre por meio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul e da própria UCS.

No momento, a pesquisa encontra-se em fase de análise exploratória de dados e de estruturação técnica de modelagem matemática/computacional. “São pesquisadores de diferentes áreas atuando intensamente para construção do modelo”, ressalta Corso.

O pesquisador esclarece que o desenvolvimento do sistema de IA fornecerá meios para que os órgãos responsáveis possam agir no sentido de minimizar os impactos relacionados também à economia, já que será possível identificar de forma mais assertiva a necessidade de medidas restritivas de circulação. O modelo servirá para o evento atual da Covid 19, mas também poderá ser aplicado por qualquer outra epidemia que venha a surgir, ou mesmo, ser adaptada para outras situações que resultem em crises de saúde pública”, adianta Corso.

O professor Juliano R. Gimenez, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e também integrante da pesquisa por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências Ambientais, reforça o caráter adaptativo do estudo, que poderá ser adaptado futuramente para outras condições epidêmicas, caso ocorram. Gimenez destaca ainda a relevância do estudo para a instituição e para toda a sociedade. Ele avalia que os resultados irão contribuir na modelagem do comportamento da Covid-19. O docente destaca também a participação o caráter interdisciplinar e interinstitucional da pesquisa, estabelecendo vínculos necessários junto ao Ecossistema Regional de Inovação (ERI), ampliando a participação de diversos atores das denominadas tripla, quádrupla e quíntupla hélices da inovação, com potencial de gerar melhores resultados para o sistema de inteligência artificial em estudo. “Importante ainda destacar o papel da Universidade de Caxias do Sul na qualificação das pessoas envolvidas no estudo – pesquisadores, técnicos e estudantes em nível de graduação e pós-graduação.