Detectados precocemente, 60% dos tumores na próstata são curáveis. Saiba mais sobre a doença.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 21/11/2017 | Editado em 21/11/2017

Dados sobre saúde do homem foram apresentados pelo professor e médico Fábio Pasqualotto em palestra para colaboradores da UCS.

Palestra do médico e professor do curso de Medicina da UCS Fábio Pasqualotto.

Integrando a campanha do Novembro Azul na Universidade de Caxias do Sul, colaboradores e docentes da Instituição participaram de um bate-papo sobre saúde do homem com o médico e professor do curso de Medicina da UCS Fabio Pasqualotto. O evento foi realizado nesta segunda-feira, 20 de novembro, pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da UCS em parceria com os Programas de Reorientação da Formação Profissional em Saúde e Educação pelo Trabalho para a Saúde (PROPET-Saúde), no Salão de Atos do Bloco A.

Mestre e doutor em Urologia e especialista em Reprodução Humana, Andrologia e Microcirurgia, Fábio Pasqualotto alertou sobre a prevalência do câncer de próstata, considerado muito comum quando se trata de tumores. Pesquisador do CNPq e associado ao Center for Advanced Research in Human Reproduction, Infertility and Sexual Function, da Cleveland Clinic Foundation, o profissional lembrou que depois do tumor de pele, o de próstata é o mais frequente nos homens. “Estatisticamente, 80% dos homens acima dos 70 anos de idade vão ter um tumor de próstata pequeno, enquanto, destes, 60% terão um tumor grave mais a frente”. Ele acrescentou que nesse tipo de câncer, 20% são considerados tumores menores, e definiu outros 20% como “mísseis desgovernados” pela agressividade – quando há a necessidade de retirada cirúrgica da próstata e de tratamentos como quimio e radioterapia, e muitas vezes não se alcança a cura.

Prevenção e diagnóstico
Diante desses dados, Pasqualotto oferece um alívio: apesar de graves, se detectados precocemente, 60% dos tumores na próstata têm cura. Dessa forma, ele reforça a importância dos exames de toque retal e de sangue, complementares para a efetividade do diagnóstico. O primeiro permite avaliar a consistência da glândula e a presença de nódulos, enquanto o segundo testa a concentração dos Antígenos Específicos da Próstata, que podem indicar alterações. “Com o exame de toque retal aliado à verificação do PSA, há uma probabilidade de mais de 95% de detecção da doença”, afirma. Embora na maioria dos casos não haja sintomas, é importante atentar para a vontade de urinar com frequência, dificuldade e sensação de não esvaziamento da bexiga. Como aliado para a prevenção, o urologista indica o consumo de tomate pela presença da substância licopeno.

Participantes da ação referente ao Novembro Azul.

 

Em casos de histórico familiar associado a essa variedade de câncer, a indicação é iniciar os exames preventivos anuais aos 45 anos, senão, é possível começar aos 50. Entre os fatores de risco para o aparecimento da doença estão o sedentarismo, o colesterol aumentado e o consumo excessivo de carne vermelha.
Pasqualotto reforça a importância do Novembro Azul pelo incentivo à realização de diferentes exames, muitas vezes deixados de lado pela falta de tempo na rotina diária, e indica uma avaliação completa anual, que pode ajudar a identificar uma série de doenças e condições. Além da presença de tumores malignos, os exames podem revelar casos como hiperplasia benigna prostática (o aumento benigno da glândula) e a prostatite crônica (inflamação da próstata). “É preciso gostar e cuidar de si mesmo, procurar um médico para os exames. Mais adiante, isso vai se traduzir em qualidade de vida”, considera.

 

Disfunção erétil
Um dos temores de quem vivencia problemas associados à próstata é a disfunção erétil. Segundo o urologista, existe a possibilidade de lesão nos nervos em caso de cirurgia total da glândula, quando se apresentam soluções como substâncias indutoras de ereção e próteses penianas. De forma geral, o médico explica que, no Brasil, 52% dos homens terão algum episódio de disfunção erétil, enquanto a probabilidade é de que 10% dos homens entre 40 e 70 anos tenham casos graves. Entre suas dicas para a prevenção – e o aumento da testosterona, está uma vida saudável, com alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos. Ele também considera o consumo de álcool e cigarros fator de risco para impotência sexual e diferentes tumores.

Fotos: Claudia Velho