Alunos estão na fase de estruturação do plano de negócio da ferramenta Metradev, nacionalmente reconhecida pela proposta de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência.

Desde o início de novembro, o projeto Metradev, idealizado pelos estudantes Samuel Giacomelli Bruing e Guilherme Luís Brito Dias, do CETEC UCS, é pré-incubado na Incubadora Tecnológica de Caxias do Sul – ITEC/UCS, integrante do TecnoUCS – Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul. O período de pré-incubação serve para que os estudantes possam desenvolver o plano de negócio do projeto, que até então era tratado somente como de caráter acadêmico e científico.

A Incubadora Tecnológica de Caxias do Sul – ITEC/UCS destina-se ao apoio, formação e consolidação de micros e pequenas empresas tecnologicamente inovadoras, visando ao desenvolvimento econômico e social. O espaço recebe os novos empreendimentos por até dois anos, oferecendo suporte em capacitação gerencial, captação de financiamento, inserção no mercado, serviços e infraestrutura.

Para Samuel Bruing, a pré-incubação é um grande marco, pois possibilita a inserção no ambiente dos negócios e o diálogo com empresas já consolidadas: “Além de todo o suporte do corpo docente e de pesquisadores da UCS, a relação com as quatro empresas incubadas hoje na ITEC nos coloca frente a frente com o mercado, possibilitando novas oportunidades de networking profissional”, considera.

Guilherme Dias denota que a estrutura da ITEC agrega ao projeto que, vinculado ao nome da Universidade de Caxias do Sul, ganha mais credibilidade no mercado: “Estar em um ambiente de negócios, com salas de reuniões e a possibilidade de estreitar laços é fundamental. Isso tudo, é claro, somado ao peso e a relevância que é estar incubado dentro da UCS”, diz o estudante.

Os empreendedores destacam que já realizaram o registro da patente do produto junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O primeiro produto da empresa Metradev chama-se Metradev Bus, que consiste em um equipamento de tecnologia assistiva para deficientes visuais utilizarem o transporte público coletivo com mais facilidade.

Para a professora Ana Cristina Possapp Cesa, diretora do CETEC, acompanhar a evolução dos projetos iniciados no ambiente escolar é muito satisfatório: “Ver um projeto que nasceu na Mostra Científica e Tecnológica da escola sendo transformado em um negócio real é recompensador. O espírito empreendedor dos nossos alunos, que se desafiam a ser protagonistas das suas histórias de vida, certamente os levará a construir uma grande trajetória profissional. O corpo docente e a estrutura da UCS sempre estarão de portas abertas para os projetos dos nossos estudantes”, pontua Cesa.

Enquanto desenvolvem o plano de negócio, os estudantes buscam investidores para, além do aporte financeiro, a contribuição intelectual: “Estamos abertos a pessoas que possam investir na nossa empresa, mas também que possam nos subsidiar de conhecimento para ampliar os canais de venda e alavancar as produções em larga escala, por exemplo”, conta Bruing.

Desde a concepção do projeto, os estudantes pensam no viés comercial do produto, preocupando-se com o custo e portabilidade para instalação. Agora, durante a pré-incubação na ITEC/UCS, o desafio é a transformação efetiva em um negócio de tecnologia, com outras possibilidades de produtos assistivos, que busquem resolver problemas de pessoas com algum tipo de deficiência.

A partir de sua criação, em 1999, a ITEC/UCS contribuiu para a inserção de mais de 60 empresas no mercado (que respondem por um faturamento ao redor de R$60 milhões/ano), oolaborando para a criação de 300 empregos diretos e cerca de 100 indiretos. Esses resultados ilustram a taxa de sobrevivência superior a 90% das empresas incubadas na ITEC cinco anos após a criação dos empreendimentos.

Foto: CETEC UCS/Marcelo de Gregori