Futuro da pesquisa no Brasil é tema de debates na UCS.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 09/09/2019 | Editado em 16/01/2024

Universidades da região Sul, em conjunto com entidades fomentadoras de pesquisa, avaliaram perspectivas da pós-graduação. Corte do orçamento da CAPES para 2020, anunciado pelo Governo Federal no início do mês, também mobilizou pesquisadores.

As perspectivas da pesquisa e da pós-graduação no Brasil foram alvo de debates e mobilizaram representantes de universidades da região Sul do país na última quinta (5) e sexta-feira (6), durante o FOPROP SUL 2019 – Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Região Sul.

Sediado no Campus-Sede da Universidade de Caxias do Sul, o encontro, que ocorre anualmente, reuniu pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação das instituições de ensino superior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de Fapergs (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul) e Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e, ainda, representantes das pastas estaduais de fomento à pesquisa da região Sul.

Manifesto

Os debates do Fórum resultaram em manifesto contrário ao anúncio do corte de 5.613 bolsas de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado no Brasil a partir deste mês pela CAPES. A medida foi motivada por decisão do Ministério da Educação (MEC), divulgada na última semana, de que, em 2020, a CAPES só terá metade do orçamento de 2019. O documento (clique na imagem para ler), assinado pelas entidades e instituições de ensino participantes do Fórum, será enviado a todos os órgãos de fomento à pesquisa, bem como a representantes dos poderes legislativo e executivo nacionais.

Da abertura do Fórum, na manhã da quinta-feira, participaram o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Juliano Rodrigues Gimenez, a pró-reitora Acadêmica, Nilda Stecanela, e o reitor da UCS, Evaldo Kuiava. Também esteve presente Flávio Fernando Demarco, pesquisador da Universidade Federal de Pelotas e coordenador do FOPROP SUL 2019.

“É o momento de articulação entre as entidades de fomento à pesquisa e instituições de ensino superior para tentar reverter as medidas anunciadas e que, se efetivadas, reduzirão drasticamente os investimentos em pesquisa no Brasil”, define o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Juliano Rodrigues Gimenez.

Atualmente, a UCS conta com 261 bolsas ativas de pesquisa em Pós-Graduação; destas, 231 são viabilizadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES; 12 via CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; oito via Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do RS – Fapergs; e 10 bolsas de Pós-Doutorado. Além disso, estão ativas 211 bolsas de Iniciação Científica, para estudantes de ensino médio e de graduação (estas, mantidas pelo CNPq, Fapergs e pela própria Universidade). Esse montante representa, em recursos, R$ 7,2 milhões anuais, valor que circula na economia regional.

Conforme levantamento da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, desde o início de 2019, 30 bolsas de doutorado, uma de pós-doutorado e dez bolsas de iniciação científica (para alunos de graduação e ensino médio), com recursos da CAPES, deixaram de ser ofertadas, o que representa R$ 801,1 mil. “Esse valor, além de inviabilizar pesquisas, também deixa de circular e de fomentar a economia”, destaca Gimenez.

O reitor da UCS sinalizou o papel do encontro de possibilitar o avanço e a apresentação de alternativas diante do momento de dificuldades para a pesquisa brasileira. Reforçou, ainda, o papel fundamental da pesquisa para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico, bem como para garantir a soberania de uma nação.