Há 25 anos a UCS incentiva a iniciação científica e tecnológica dos seus estudantes de graduação.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 22/09/2017 | Editado em 22/02/2024

XXV Encontro de Jovens de Pesquisadores e VII Mostra Acadêmica de Inovação e Tecnologia têm 288 trabalhos inscritos.

“Se não tivesse sido bolsista de iniciação científica não teria seguido a vida acadêmica. A experiência de bolsista me mostrou um universo que não tinha ideia que existisse”.

Ana Paula no Laboratório de Microbiologia Aplicada.

 

Um vício. É assim que define a professora e pesquisadora Ana Paula Longaray Delamare ao ser questionada sobre a experiência vivenciada na iniciação científica. Graduada em Ciências Biológicas em 1996, Ana Paula foi bolsista na UCS entre os anos de 1992 a 1996, pelo programa PIBIC/CNPq, participando de projetos como “Cultura de tecidos aplicada à limpeza viral e melhoramento de alho (Allium sativum L.)” e “Cultura de callus e regeneração de plantas em cultivares de alho do Rio Grande do Sul”. Por isso é categórica em afirmar que “estar envolvido com a área de pesquisa é viciante e ajuda no crescimento como aluno, mas principalmente como cidadão”.

A sua trajetória acadêmica levou-a ao Mestrado em Biotecnologia (UCS, 1999) e ao Doutorado em Ciências, na área de Microbiologia (USP, 2004). Para ela – que há 25 anos participa do Encontro de Jovens Pesquisadores – “ser bolsista de iniciação científica foi uma das decisões mais importantes que tomei na minha vida. Essa experiência mostrou muitas possibilidades de relação com o curso escolhido e trabalho, além da possibilidade de conhecer e interagir com diferentes pessoas. Não posso esquecer o primeiro Encontro de Jovens Pesquisadores, como uma estrutura diferente do que é hoje, quando todas as áreas se apresentavam no mesmo espaço, com toda a interação possível e com todo o nervosismo imaginável”.

Ana Paula – que hoje é docente dos cursos de graduação em Ciências Biológicas, Agronomia, Medicina Veterinária, Engenharia de Alimentos e no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia – atua em pesquisas nas áreas de: Atividade antimicrobiana de óleos essenciais e terpenos; Interação de levedura e coloração de vinhos; Enzimas bacterianas com potencial biotecnológico; Bactérias maloláticas e fermentação. Diante de todo o seu envolvimento na pesquisa hoje, ela tem uma certeza: “se não tivesse sido bolsista de iniciação científica não teria seguido a vida acadêmica. A experiência de bolsista me mostrou um universo que não tinha ideia que existisse”.

Palestra de abertura A Pesquisa na Carreira Profissional, com o prof. Jorge Alberto Quillfeldt, da UFRGS, no dia 17 de outubro, às 19h40min, no bloco J.

Nos dias 17 e 18 de outubro, realiza-se a 25ª edição do Encontro de Jovens Pesquisadores da Universidade de Caxias do Sul, evento que reúne a produção dos estudantes de graduação que realizam atividades de iniciação científica e tecnológica em projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico institucionais. É um momento de compartilhamento de experiências e aprendizagens do qual participam, como mentores, estudantes de mestrado e doutorado, e pesquisadores das diferentes áreas de conhecimento em que se distribuem os 77 cursos de graduação da Instituição. Inspirado no tema “Conectando ideia e conhecimento”,  o encontro reunirá 288 trabalhos: 91 de Ciências Humanas e Sociais; 100 de Ciências Exatas e 97 de Ciências da Vida.

Com a participação da comunidade interna e externa, essa é também uma ocasião em que fica mais nítida a concepção de pesquisa universitária, que, na Universidade de Caxias do Sul está expressa nas diretrizes institucionais voltadas à excelência, à inovação e ao desenvolvimento e na prática se articula com os programas de pós-graduação da Instituição, os Núcleos de Pesquisa, os Núcleos de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico e, em muitos casos, avança até os programas de Empreendedorismo e o StartUCS.

Mas tudo começa na graduação, quando o estudante é encorajado a participar de um programa de iniciação científica e/ou tecnológica, atuando em conjunto com mestrandos e doutorandos, entendendo como é a metodologia de pesquisa, aprendendo a pensar cientificamente e a resolver problemas com criatividade. Nessa relação com pesquisadores mais experientes, há um ganho que extrapola a formação acadêmica e profissional, pois o estudante se insere no mundo do conhecimento científico, se qualifica para a pesquisa e amplia seus horizontes de atuação profissional e acadêmica.

Nestes 25 anos, muitos dos que foram jovens pesquisadores um dia seguiram sua trajetória profissional ligada à pesquisa e à docência a partir da sua atuação em iniciação científica. Para comemorar os 25 anos do evento, conversamos com três docentes da UCS que se iniciaram na carreira acadêmica pela influência das experiências como jovens pesquisadores.

Carine com o robô JD usado em projeto de Robótica Social Assistiva.

“A iniciação científica é um momento privilegiado de trabalhar com pesquisadores e contribuir com projetos de pesquisa” 

“Nossa vida depende da ciência. A ciência depende da pesquisa. A iniciação científica é um momento privilegiado de trabalhar com pesquisadores e contribuir com projetos de pesquisa. Na UCS, os estudantes possuem diversas opções de projetos de pesquisa, podendo assim vivenciar belas experiências de iniciação à pesquisa e prosseguir em mestrados e doutorados”. Esse é o recado da professora Carine Geltrudes Webber, graduada pela UCS em Ciência da Computação (1994), com Mestrado pela UFRGS (1997) e Doutorado pela Université Joseph Fourier, Grenoble, França (2003).

Durante dois anos – 1992 a 1994 – Carine foi bolsista CNPq vinculada ao “Projeto Inteligência Artificial – Representação do Conhecimento”, orientada pelos professores Marcos Eduardo Casa e Alexandre Moretto Ribeiro. “Trabalhei neste projeto podendo me aprofundar sobre a área de representação do conhecimento em sistemas inteligentes. No II Encontro de Jovens Pesquisadores, em 1994, apresentei o trabalho Sistema de Manipulação do Conhecimento, orientada pelo professor Alexandre Moretto Ribeiro. O evento é uma oportunidade de apresentarmos nossa produção e encontrarmos outros pesquisadores com interesses similares. De alguma forma, todas as áreas do conhecimento se comunicam. Por isso, conhecer trabalhos inspiradores em outras áreas é necessário ao pesquisador, para que ele esteja atualizado e conectado aos demais pesquisadores”.

Ao iniciar como bolsista, Carine percebeu que a projeção para a vida acadêmica surge naturalmente à medida da continuidade dos estudos. “Graças aos meus orientadores me inscrevi e fui aceita no mestrado na UFRGS, com bolsa da CAPES. Esses momentos marcam e definem nossa vida. O fato de ter sido bolsista na UCS, trabalhado com os professores, me aproximou da vida acadêmica. Iniciei a docência na UCS em 1995 e no ano seguinte já coordenava o curso de Ciência da Computação e ofertas do curso de Tecnologia em Processamento de Dados. Realizei intercâmbio com a USP/São Carlos, participei de diversos congressos internacionais nos Estados Unidos, América do Sul, Japão e na Europa, e fiz doutorado na França”.

Atualmente, Carine ministra disciplinas como Algoritmos, Inteligência Artificial, Sistemas de Informação e Decisão, Sistemas Inteligentes e Ferramentas de Inteligência nos Negócios nos cursos de Ciência da Computação, Sistemas de Informação, Engenharia de Controle e Automação e Engenharia de Computação. Também atua no Mestrado Profissional no Ensino de Ciências e Matemática e no curso de Especialização em Tecnologias na Educação.

“Não ter contato com pesquisa científica é deixar de conhecer com mais intimidade a ciência que você estuda”.

O professor Henrique Mioranza Koppe Pereira – graduado em Direito na UCS em 2006, fez mestrado na Unisinos, doutorado na UNISC e hoje faz pós-doutoramento na PUC/RS, em Criminologia – também foi bolsista de iniciação científica entre os anos de 2003 e 2005, tendo como orientadores os professores Leonel Severo Rocha e Agostinho Oli Koppe Pereira.

Participar do Encontro de Jovens Pesquisadores foi “fantástico e determinante para a minha carreira profissional, devido ao intercâmbio com as outras áreas. Nos eventos de iniciação científica, a apresentação dos trabalhos é apenas uma das experiências que vivenciamos. Nesses encontros contatamos com pesquisadores de outras áreas e instituições de lugares diferentes e isto faz com que se possa conhecer novas formas de estudar, discutir e desenvolver a ciência”, salienta Henrique, que teve a oportunidade, como bolsista de iniciação científica, de apresentar por duas vezes trabalhos no Simpósio Brasileiro de Pesquisa Científica (SBPC), em Fortaleza e em Recife.

Para Henrique, ter iniciado a iniciação científica foi determinante para sua vida profissional. “Foi nesse momento que comecei a me interessar pela profissão que exerço hoje, como professor, como pesquisador e como advogado. A iniciação científica me permitiu conhecer a universidade e a ciência em um contexto muito além da sala de aula. Me vi envolvido com a pesquisa e a interdisciplinaridade”.

Docente das disciplinas de Direito Civil, Teoria do Direito, Direito Constitucional e Direito Administrativo no curso de Direito nas unidades universitárias da UCS em Bento Gonçalves, Canela, São Sebastião do Caí e em Guaporé, Henrique Mioranza Koppe Pereira finaliza: “não ter contato com pesquisa científica é deixar de conhecer com mais intimidade a ciência que você estuda”.

Veja aqui a programação do Encontro de Jovens Pesquisadores.

Fotos: Claudia Velho