Pesquisadores de Brasil e Itália debatem a educação no âmbito dos movimentos migratórios nos séculos XIX e XX.
Em 1975, no marco de 100 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, a UCS sediou o 1º Fórum de Estudos Ítalo-Brasileiros, impulsionando a pesquisa de preservação e de valorização da cultura regional, que já era desenvolvida desde meados daquela década. Agora, a Instituição se engaja em um novo grande passo: entender o papel da educação na construção dessa Italianidade. Por isso, nesta terça (11) e quarta-feira (12), sedia o I Seminário Internacional Ítalo-Brasileiro Estado, Igreja e Educação de E/Imigrantes: Práticas e Saberes em Circulação Transnacional.

A ideia do encontro é colocar em debate pesquisas que investiguem a história da educação e compreendam o movimento migratório como processo de circulação de saberes, modos de ensinar e aprender em espaços e tempos culturais distintos.
Nesse contexto, a primeira edição do Seminário lança olhares italianos e brasileiros sobre a história da educação de emigrantes e imigrantes entre fins do século XIX e início do século XX.
A professora Terciane Ângela Luchese, que integra os programas de pós-graduação em Educação e em História e os grupos de pesquisa engajados na realização do evento, acredita que o Seminário é a forma de inaugurar uma tradição conjunta, entre pesquisadores da Itália e do Brasil, de conectar as histórias que explicam o processo da colonização italiana no país, em especial na Serra Gaúcha, e como esse cenário influencia a cultura de ambas as nações. Essa ‘circulação de saberes’, como define a docente, também busca reforçar o processo de Internacionalização da UCS para além da mobilidade acadêmica. “A intenção é congregar pesquisas já existentes e que mostrem quanto o Estado, a Igreja e a Educação na nossa sociedade atual são permeados pelos valores da Italianidade. Também estamos em contato com pesquisadores de países como Uruguai e Argentina, que, assim como o Brasil, também integraram a onda migratória”, explica.
A iniciativa pioneira foi arregimentada pelos pesquisadores dos programas de pós-graduação em Educação e em História, pela Universitá Degli Studi del Molise, pelo Dipartimento di Scienze Umanistiche, Sociali e Della Formazione e, ainda, pelo Grupo de Pesquisa Historia de Educação, Imigração e Memória – GRUPHEIM.
Além de pesquisadores italianos, também participam das mesas de debate acadêmicos de mestrado e de doutorado, além de estudantes de graduação que integram programas deIniciação Cientifica. Todas as atividades do Seminário estão concentradas na sala SINCONTEC, no bloco J do Campus-Sede. A próxima edição do Seminário deve ocorrer em 2019 na Itália.
Foto: Claudia Velho.
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