Primeiro ESPN Day propõe reflexões sobre jornalismo, tecnologia e protagonismo da mulher no mercado de trabalho
Palestras e a inédita transmissão do programa espnW fora do estúdio movimentaram a comunidade acadêmica e profissionais de mídia, tecnologia e comunicação nesta quarta-feira (21).
A parceria da Universidade de Caxias do Sul com a ESPN Brasil e a Bitcom TV&Internet Provider resultou em um intenso espaço de debates e de reflexão sobre os caminhos da produção de conteúdo e do acesso de informação na atualidade. Jornalistas e comunicadores dos canais ESPN, professores da UCS e profissionais
de tecnologia conduziram painéis sobre jornalismo, consumo de informações na era da tecnologia e também sobre realidade e necessidades do empreendedorismo feminino para o público que compareceu ao UCS Teatro e também por meio da transmissão via streaming.
O painel ‘A TV que vai na mochila’ foi norteado pela experiência de assistir TV atualmente; altamente fragmentada, multiplataforma e móvel. Essa transformação digital tem outra consequência: o poder de comunicação e de disseminação de conteúdo é pulverizado entre todos os entes da rede. Qualquer pessoa ou organização, por menor que seja, mesmo em âmbito local, pode deter o poder a informação e lançar seu discurso ao mundo.
Também foi sinalizada a tendência de crescimento na concorrência entre provedores de conteúdo, via streaming. Como exemplos, Netflix e a Disney (que se prepara para ingressar no mercado). Mediou o painel o professor Enor José Tonolli Júnior, coordenador do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul – TecnoUCS. Participaram Marcello Zeni, vice-presidente de Afiliadas ESPN, Fabiano Vergani, presidente da Bitcom TV & Internet Provider e o professor Marcelo Luís Fardo, coordenador do curso de Criação Digital da UCS.
Para debater a ‘A nova era do jornalismo’, com destaque para o papel (nocivo) das fake news, houve uma reflexão sobre os processos da profissão. Ficou evidente a necessidade dos veículos de ter poder de convencimento para fazer o público consumir o seu conteúdo, e também para fazê-lo voltar rotineiramente às plataformas. Nesse cenário, a crise no Jornalismo passa pela ética social, pela mudança na relação emissor e receptorde informação e pelo desenvolvimento exponencial de novas tecnologias. Segundo os debatedores, ensinar jornalismo nas universidades, hoje,passa pelo exercício da honestidade e da ética, já que o conceito de bom jornalismo é perene.
Também debateu-se sobre os esforços coletivos dos veículos de imprensa da chamada grande mídia para checar as fake news, esforço percebido sobretudo durante as eleições de 2018.
O professor Marcell Bocchese, coordenador do curso de Jornalismo da UCS, foi o mediador do debate, que teve a participação de João Palomino, vice-presidente de Jornalismo e Produção ESPN, Priscila Penha, social media do canal, e da professora de Jornalismo Digital Marlene Branca Sólio. Encerrando a sequência de debates, foi o momento de refletir sobre a situação da mulher no mercado de trabalho.
No painel ‘Girl Power: a mulher empreendedora’, público e debatedoras refletiram sobre a predominância do público masculino em muitos setores do mercado de trabalho, como nas áreas de inovação e startups e no esporte, meio em que este cenário vem se transformando e com o crescimento qualificado da presença feminina.
Aspectos históricos e de construção social que desqualificam a atuação da mulher em diversos segmentos também foi um obstáculo sinalizado pelas participantes e pelo público, assim como a ausência de equiparação salarial e preconceito do próprio
mercado de trabalho com a maternidade.
A conversa foi mediada pela professora de Jornalismo da UCS Marliva Vanti Gonçalves. Participaram, ainda, Marcela Rafael, apresentadora dos canais ESPN, a professora Nilda Stecanela, pró-reitora Acadêmica da Universidade, Elóide Teresa Pavoni, coordenadora do Programa de Empreendedorismo da UCS, e Cintia Buzin, presidente do Conselho Feminino da CIC – Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul.
Estádio é lugar de mulher, sim.
À noite, o UCS Teatro deu lugar à transmissão ao vivo do programa Olhar espnW, atração fixa do canal ESPN Extra e que se transformou em uma atração itinerante. A UCS foi a primeira universidade a receber a atração, que, em 1h30min, provou que sim, estádio é lugar de mulher.
A apresentação foi das jornalistas da ESPN Marcela Rafael e Bibiana Bolson. Como convidadas, Francine Malessa, da Força Feminina Colorada, Vanessa Belusso, da Paixão Feminina do Juventude, Rochele Piardi, da Torcida Feminina do Caxias e Kelly Plaz, do Comando Feminino Gremista. O debate, com participação ativa do público, tratou da evolução da ocupação feminina dos estádios para cargos de gerência nos clubes. A rotina de trabalho das torcidas organizadas femininas e os projetos sociais que colocam em prática foram outros pontos presentes na roda de conversa. Enfim, não se trata apenas da presença feminina, mas de exigir o mesmo respeito. A resistência é o caminho para esse respeito. Tudo transmitido ao vivo no canal ESPN Extra e WatchESPN.


Contato direto com a profissão
A ação do ESPN Day também foi oportunidade para que estudantes de Jornalismo da UCS pudessem conhecer a rotina de funcionamento da unidade móvel do rtes. Os acadêmicos João Vitor Perozzo e Pedro Henrique Corá foram recepcionados e puderam esclarecer todas as dúvidas sobre a utilização do veículo em coberturas jornalísticas com Alexandre Paccini Celebroni – Coordenador de produção e eventos da ESPN e também com Priscila Penha, supervisora de Mídias Sociais da ESPN.
Fotos: Claudia Velho, Lisele Taufer e Roger Clots.
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