A Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul se apresenta na próxima quinta-feira, dia 10 de maio, em mais uma edição do Programa Quinta Sinfônica. O concerto, que começa às 20h30min, no UCS Teatro, traz o espetáculo “Acuarela del Sur”, com Lucio Yanel (no violão) e será, também, comemorativo aos 100 anos da Joalheria Beretta. A regência será do maestro Manfredo Schmiedt.

“Acuarela del Sur” é um projeto autoral com obras e interpretação de Lucio Yanel. Foi idealizado para registrar e divulgar as cores que compõem os ritmos que nutrem e representam a identidade folclórica do Sul do Brasil, com uma roupagem sinfônica que integra a Orquestra Sinfônica da UCS à “guitarra” de Yanel, com os arranjos de Daniel Sá.

Os ingressos custam R$ 10,00 para balcão e plateia baixa; R$ 20,00 para mezanino; R$ 30,00 para plateia alta; e R$ 40,00 para camarotes, sendo garantida a meia-entrada para idosos e estudantes, e estão disponíveis na Loja UCStore, na Galeria Universitária, e na Livraria do Maneco, no centro.

REPERTÓRIO
Medley Pampeano
Al Tranquito de Monona – Chamarrita, ritmo vindo dos AÇORES, embora sofrendo alterações na sua formatação como um todo, este ritmo se fixa no Brasil, quase que especificamente no RS, atravessando fronteiras.
Milonga para Don Ventura  – A milonga é um ritmo que nasce no Pampa Argentino e se espalha pelos cantores e “guitarreiros” no final do século 19. Ocupando um lugar importante na musicalidade do RS.
Sonho de Ayelen  – Cantiga de ninar, comum ao folclore dos povos da região Noroeste da Argentina. Podemos dizer que se enquadra dentro dos ritmos denominados de VIDALA.
Por do Sol – É uma cantiga/valsa, comum aos povos numa época em que tudo era romantismo puro.
Dois Tempos  – Mistura de FORTE e PIANÍSSIMO, é um TANGO. (Dedicado a YAMANDU COSTA)
Lucy – Valsa romântica, homenagem póstuma a Maria Luísa Rodriguez
La Linda – Chacarera
La Cara de Pedro  – Chamamé
Porá Demas – Chamamé
Cuiaba – Polca
Pantanal – Polca
El Condor Pasa (Folclore Andino)

Sobre o espetáculo
“Acuarela del Sur” traz composições autorais de Lucio Yanel que formam um mosaico musical do Continente Sul-Americano, de ritmos e sotaques onde se misturam zambas, chacareras, chamamés, milongas e tangos, com o especial toque de ancestralidade. O espetáculo traz em sua essência mais do que um espetáculo musical: é a representatividade de uma identidade cultural. O nome em espanhol deriva-se das origens da música pampeana, das influências que os países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, exerceram e exercem sobre o gaúcho do Rio Grande do Sul.

Lucio Yanel é violonista, compositor, ator e folclorista. Passou 35 anos de sua carreira percorrendo a América do Sul pesquisando formas, sons e ritmos. É um investigador, um estudioso e sua obra é uma significativa contribuição para a nossa cena cultural. É considerado pelos críticos e acadêmicos da área musical como o violonista mais importante de todos os tempos no Rio Grande do Sul na área folclórica. Seu trabalho é, na verdade, uma das bases que sustentam a musicalidade do Estado.

Sua preocupação, entretanto, vai além de sua própria figura (admirada e reverenciada pelos violonistas do Brasil afora): a ideia de lançar um concerto/show, unindo o popular com o erudito o levou a convidar a Orquestra Sinfônica da UCS para compor com ele essa cena, dando uma roupagem diferenciada e rebuscada interpretando obras de sua autoria que contam a história do povo gaúcho. Os arranjos foram feitos para reproduzir uma unidade entre a música folclórica e a orquestral, criando uma sinergia entre as cordas dos violinos, viola, violoncelo e contrabaixo com a sonoridade única da “guitarra” de Lucio Yanel. Essa proposta tem a intenção de extrapolar fronteiras e chamar a atenção de outros olhares.

O repertório foi pensado como roteiro de uma história a ser contada, por meio dos ritmos musicais de diferentes regiões da América do Sul que compõem a nossa cultura.

Foto: Aline Schwarzbold