Curso teve seu início em 1979 e já formou 1.756 profissionais que atuam em diferentes setores e organizações com foco na saúde mental e na qualidade de vida.

Em quatro décadas, o curso de Psicologia já formou 1.756 profissionais, que atuam em clínicas, organizações, ambientes de saúde, entre outros espaços. Na noite de quarta-feira, dia 4 de setembro, parte da primeira turma de graduados participou, no Salão de Atos da Reitoria, de uma cerimônia alusiva aos 40 anos da graduação.

Com início em março de 1979, o curso foi autorizado ainda em 1978. A primeira turma se formou em 1983, com 25 graduados. De lá para cá, a sociedade mudou, a pesquisa em torno da área avançou e a expressividade do curso se impôs, com a busca de um espaço de protagonismo na região. Exemplo desse papel de destaque, o Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA), localizado no bloco E, oferece atendimento por meio do Sistema Único de Saúde, a partir de um convênio mantido com a Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, um projeto, desenvolvido por professores e alunos oferece Orientação Vocacional a estudantes de escolas do Ensino Médio.

Representando os acadêmicos, a estudante Kátia Cardoso Nostrane, presidente do Diretório Acadêmico, reforçou a função da Psicologia como ciência e profissão. “Que nunca em nossa profissão nos deixemos acomodar, ou nos instituir com aquilo que não representa nosso fazer. É um orgulho construir nossa trajetória profissional com pessoas inquietas e desacomodadas. Ser psicólogo é mais que uma profissão, é uma luta por uma sociedade mais justa”.

Diretor da Área do Conhecimento de Humanidades, Everaldo Cescon saudou a primeira turma de formados. Ele pontuou o período do Setembro Amarelo e a importância dos psicólogos para a saúde mental da população. “A psicologia é uma ciência que provoca transformações. Ser psicólogo é um ato altruísta, seu papel é compreender a subjetividade do paciente, e isso envolve mais que a sintomática. Nem sempre o que o paciente deseja é o que ele quer, nem sempre a sua queixa é a verdadeira demanda, nem sempre o que expressa é sua real necessidade. É preciso anular-se a si mesmo para ouvir com sabedoria. O psicólogo precisa ter ouvidos domesticados, como disse Jacques Lacan (psicanalista francês). É dever do psicólogo saber a arte de bem falar, e também saber bem ouvir”. Cescon evidenciou a luta dos psicólogos que ainda batalham por mais espaço de trabalho, e também pelo fim do preconceito com a profissão.

Coordenadora do curso, a professora Rossane Frizzo de Godoy afirmou que o momento era de celebração. “O lema da Universidade na época da criação da Psicologia era Conduzir para o alto, nada mais propício do que pensar na implantação de um curso que trabalha com o mais elevado em uma pessoa: sua mente, sua saúde mental, seus sentimentos, sonhos e expectativas”, destacou Rossane, ao lembrar do slogan da UCS na época, e que até hoje está presente no brasão da Fundação Universidade de Caxias do Sul e no hino da Universidade.

A coordenadora destacou que 62% dos professores do curso efetivaram sua formação na UCS. E fez menção à professora Ana Lúcia Waltrick dos Santos, docente com mais tempo de atuação: mais de 35 anos. “O curso teve um percurso de sucesso, inserção social, científica e transformadora. O viés comunitário sempre marcou nossa formação e nosso fazer. Os projetos de extensão têm sido importante elo com a comunidade, como o SEPA, que oferece serviços de psicoterapia, por meio de convênio com a Secretaria Municipal de Saúde, assim como a orientação vocacional, oferecida a escolas da região”.

O reitor Evaldo Antonio Kuiava evidenciou seu apreço em relação ao fazer psicológico. “Eu admiro muito quem trabalha com a Psicologia, não é para qualquer um. Vocês escolheram atuar com o cuidado. Fazer algo de si em prol de alguém, para que cada um possa viver com dignidade. Para que o outro possa ter uma vida digna em todos os sentidos, naquilo que é mais essencial do ser humano: de fazer suas escolhas na vida, de ter liberdade, ou autodeterminação”.

Ao final do evento, houve o descerramento de uma placa alusiva aos 40 anos da Psicologia da UCS.

“Há 40 anos chegamos transbordantes de uma ansiedade prazerosamente não nomeada, mas colorida de orgulho e futuro”.

Docente do curso, a professora e egressa da UCS Olga Araujo Perazzolo falou em nome dos formandos da primeira turma. Ela relembrou os momentos marcantes do início da graduação e reforçou que o curso, na prática, começou há mais de quatro décadas. “Comemoramos 40 anos de uma graduação que começou muito antes. Nasceu da expressão do desejo da comunidade de ter um curso de Psicologia na região. Não faz 40 anos apenas”. Ela nomeou os professores que deram aulas para o grupo de formandos homenageados.

“Nossa turma formou profissionais excelentes, modéstia à parte. Iniciamos um novo patamar de apoio às ações no campo da saúde pública, num processo de pensar e promover as aprendizagens, na ampliação da consciência e técnica de empresários e suas equipes, na melhoria da qualidade de vida de trabalhadores, ampliamos significativamente a compreensão social da importância da psicologia na perspectiva de minimizar o sofrimento humano em sua máxima singularidade”, afirmou, ao destacar a repercussão do curso para o desenvolvimento regional.

Concerto também celebrou os 40 anos

Na noite de quinta-feira, dia 5 de setembro, a Orquestra Sinfônica fez um espetáculo alusivo aos 40 anos do curso de Psicologia. O evento no UCS Teatro foi aberto à comunidade e contou com a presença de docentes e acadêmicos.
O espetáculo teve regência do maestro Manfredo Schmiedt e contou com a pianista Olinda Allessandrini, uma das mais versáteis e conceituadas pianistas brasileiras.

Fotos: Claudia Velho e Pedro Giles