Subsecretaria Nacional de Economia Solidária conhece ações da UCS em apoio à cadeia caxiense de reciclagem.
Representantes da pasta, vinculada ao Ministério do Trabalho, estiveram na UCS, acompanhados por representantes dos governos estadual e municipal.

Iniciativas de uma rede formada por professores dos cursos como Serviço Social, Enfermagem, Polímeros, Arquitetura e Urbanismo e Engenharias, integrada à Incubadora Social e Tecnológica da UCS, pautaram uma visita de representantes da Subsecretaria de Economia Solidária – SENAES, vinculada ao Ministério do Trabalho – MTE, e do governo estadual e municipal à Universidade, nesta quarta-feira (07/03). Os projetos de desenvolvimento são financiados pelo MTE, pela Fundação Banco do Brasil e pela Prefeitura Municipal.
O encontro integra uma agenda de reuniões relacionadas à cadeia de reciclagem PET realizada pela comitiva em diversas cidades e permitiu à UCS apresentar sua atuação em Economia Solidária na área dos resíduos sólidos, além de apontar caminhos para a obtenção de apoio do governo federal. O professor Ademir Zattera, coordenador das ações relacionadas à cadeia caxiense de reciclagem, comparou o trabalho realizado a um grão de areia, que tem reflexos importantes para o contexto geral. “Trabalhamos há mais de dez anos neste tema e, recentemente, estruturamos uma incubadora social a fim de incentivar os empreendimentos”, explicou, sobre a iniciativa concretizada no final de 2017.

Capacitação dos catadores informais
O projeto da UCS direcionado aos catadores de Caxias do Sul e apresentado pela coordenadora da Incubadora Social e Tecnológica professora de Serviço Social Ana Paim Camardello (foto à esquerda) visa estruturar e integrar a rede de reciclagem através de ações de apoio técnico e capacitação continuada de catadores, com foco na geração de renda e na redução de desigualdades sociais. Com apoio do Ministério do Trabalho e Emprego, auxílio da Fundação Banco do Brasil e interface na Fundação de Assistência Social e Prefeitura de Caxias do Sul, as atividades dividem-se em várias metas e envolvem professores e bolsistas de graduação, especialização e mestrado. Nas ações, foram cadastrados e analisados dados socioeconômicos de catadores e familiares e em duas etapas, registrou-se a participação de mais de 350 pessoas em oficinas relacionadas à saúde, riscos e segurança do trabalho e qualidade de vida, além de formação em educação ambiental para professores da rede municipal e agentes comunitários. Entre os resultados, a professora Ana destacou a participação ativa dos envolvidos nas atividades e o acolhimento das ideias em reconhecimento à relevância do trabalho, com a assimilação e construção de novos conhecimentos.

Galpões para associações de catadores
A professora Terezinha de Oliveira Buchebuan, da Área do Conhecimento de Artes e Arquitetura, apresentou o trabalho que envolveu alunos na elaboração de projetos preliminares de galpões para triagem de resíduos, ilustrados pela Unidade de Triagem de Resíduos Sólidos Reolon e a Associação de Catadores CLEAN, também no bairro Reolon. Foram desenvolvidos estudos sobre terreno, condicionantes e legislação, e proposta de estrutura para os processos funcionais e produtivos, incluindo-se drenagem de líquidos e aproveitamento pluvial. O processo incluiu, ainda, oficinas de layout com a participação de integrantes das associações, e de formação de multiplicadores. Entre outros trabalhos viabilizados pelo acordo de cooperação técnica inserido no programa Água Brasil, financiado pela Fundação Banco do Brasil, a professora apresentou as edificações e reformas nas Associações de Recicladores Serrano, Monte Carmelo e Associação de Recicladores e Carroceiros do Aeroporto (ARCA).
Empreendimentos para agregar renda
O encontro também foi oportunidade para a apresentação, pelo professor da Área do Conhecimento de Ciências Exatas e Engenharia Diego Piazza, da Vassoura PET. Com objetivo de ampliar a geração de renda de forma cooperativa, o projeto direciona-se às associações de recicladores. A proposta de transformar o PET em cerdas de vassoura prevê oficinas de capacitação e destinação de equipamentos relacionados à atividade para a instituição. O contexto também derivou o depósito de patente de uma vassoura totalmente produzida a partir de matéria PET, com refil de cerdas que pode ser substituído.

Programas do governo
Representando a Subsecretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES, o técnico especialista em políticas públicas e gestão governamental José Ivan Mayer de Aquino (foto à esquerda) falou sobre programas do governo federal na área de reciclagem. Entre eles o edital Cataforte III – Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias, que voltou-se à constituição de redes de cooperativas e associações e cujos projetos aprovados estão em fase de finalização, e a estruturação do edital Cataforte IV, ligado à Coleta Seletiva Solidária.”Precisamos de soluções criativas e todos temos a mesma intenção, do vereador ao deputado, do professor ao técnico do Ministério do Trabalho, do governo do estado, da prefeitura. No caso da reciclagem, dos catadores, é potencializar o trabalho com muitas soluções, e vocês nos deram uma aula aqui”, afirmou. Assim como Aquino, a diretora do Departamento de Incentivo e Fomento da Economia Solidária do governo estadual – DIFESOL, Gabriela Ubal Nunes, também abordou o Programa Cadeia Binacional do PET, formado por empreendimentos de economia solidária que se estende desde a coleta da garrafa PET até sua transformação em flake, fibra e fio, objetivando fortalecer a economia solidária no RS, que terá continuidade na formação de uma rede entre municípios.
O encontro foi intermediado e coordenado pela equipe da Coordenadoria de Projetos da UCS. Além dos professores, acadêmicos e funcionários da Universidade, também participaram Cleomar Leal da Silva, da DIFESOL, Rudinei Batistel Pereira, da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social, Marcos Roberto Souza de Lima, da SENAES, Adiló Didomenico (vereador), Gilberto Meletti, assessor político da Comissão de Legislação Participativa e Comunitária da Câmara de Vereadores, Rosana Santini Menegotto, presidente da Fundação de Assistência Social e Heloísa Teles, diretora de Proteção Social Básica da Fundação.
Fotos: Claudia Velho
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