Grande parte do conhecimento atual em Fisiologia, Microbiologia, Imunologia, Farmacologia, Nutrição e Medicina provém de estudos que envolveram animais em alguma etapa. Alguns exemplos são o entendimento de doenças complexas, novas abordagens terapêuticas, o desenvolvimento de soros e de vacinas, entre diversas outras atividades que fazem parte de uma ciência complexa e atualmente considerada de ponta e de alta tecnologia, que é a Ciência de Animais de Laboratório.

A maneira com que os animais são utilizados no Brasil sofreu grandes mudanças na última década, principalmente pela criação de uma legislação específica para regulamentar o uso de animais na experimentação. A Lei 11.794/2008, conhecida como Lei Arouca, promoveu a adoção de normas para a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa, e reforça que o uso dos animais deve ser justificado e que os mesmos devem ter seu bem-estar assegurado, seguindo uma série de especificações técnicas. Mesmo que, a partir da legislação, as exigências para quem trabalha com animais na pesquisa e no ensino estejam claras, sempre se faz necessário o convencimento da sociedade de que o emprego de animais na experimentação, desde que justificado e dentro de critérios éticos, trará benefícios a todos, tanto aos humanos como aos próprios animais.

Os acadêmicos de graduação e pós-graduação da área das Ciências da Vida que desejam compreender melhor esse campo do conhecimento estão convidados a participar no dia 16 de abril, entre as 19h e 22h, do Seminário Ciências de Animais de Laboratório: Base para as Demais Ciências. Com entrada franca, o seminário será realizado no auditório do Bloco H, do Campus-Sede e terá a participação da professora Valderez Bastos Valero Lapchik, da UNIFESP.  [ Inscreva-se AQUI ]

A palestrante é graduada em Ciências Biomédicas pela UNISA (1978), com Mestrado (1983) e Doutorado (2002) em Biologia Molecular pela UNIFESP, onde coordenou o Laboratório de Experimentação Animal, entre 1984 e 2011. Tem especialização em Formação de Recursos Humanos para Biotério pelo Institute of Animal Technology, Reino Unido (1987), sendo bolsista FAPESP-British Council. Entre as suas atividades nessa área, Valderez coordenou o Laboratório de Experimentação Animal do INFAR na UNIFESP de 1984 a 2011; coordenou a Comissão de Ensino do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (COBEA/SBCAL) nas gestões 1990-1991 e 1998-2002; presidiu a Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL) na gestão 2010-2011. Entre 2012 e 2015 atuou como consultora empresarial para desenvolvimento de projetos e novos insumos para animais de laboratório. É autora do livro “Cuidados e Manejo de Animais de Laboratório” (2017).

O Seminário vale como atividade complementar para os acadêmicos de graduação.