O Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Geral, que iniciou os atendimentos ambulatoriais em junho do ano passado, realizou, em nove meses, 153 atendimentos do tipo “primeira consulta”, e outros atendimentos de retornos pré e pós-operatórios. Os atendimentos ao Serviço de Cirurgia Bariátrica só podem ser realizados após o encaminhamento feito pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios da região, sendo fundamental o atendimento inicial dado na atenção básica. E, assim, as cirurgias só ocorrem após os pacientes passarem por uma bateria de exames e de consultas com diversos especialistas, pois muitos deles ainda necessitam perder peso antes do procedimento.

A primeira cirurgia bariátrica no HG foi realizada no dia 18 de setembro e, desde então, foram realizados 28 procedimentos cirúrgicos: destes, 18 em 2017 e 10 até fevereiro deste ano.

Uma das primeiras pacientes a passar pelo procedimento foi a moradora de Caxias do Sul, Eliete De Bona Girardi, de 54 anos. Ela aguardava na lista para a realização do procedimento desde 2011. Eliete relata que o processo não foi difícil e que a participação nos grupos de apoio oferecidos pelo Serviço foram fundamentais. Eliete ressalta a importância das orientações recebidas no pré e no pós-operatório quanto aos cuidados com a cirurgia. Após 30 dias do procedimento, a paciente já retomava suas atividades cotidianas. Hoje, com 28 quilos a menos, ela consegue realizar diversas atividades de casa, que antes eram dificultadas pelo peso, além de ter muito mais disposição para brincar com os netos. Segundo Eliete, a autoestima mudou: “Antes não sentia vontade de me arrumar, de me maquiar para sair. Vestia o que servia. Agora, tudo mudou: me sinto mais vaidosa. Além disso, a quantidade de remédios que tomava também diminuiu. Antes eram cinco só para controlar a pressão”.

Atendimentos
O Serviço de Cirurgia Bariátrica desenvolve atendimentos de grupo. No pré-operatório são realizados dois encontros que abordam informações nutricionais, educação alimentar, técnica cirúrgica, etapas da dieta no pós-operatório, cuidados preventivos para possíveis complicações no pós-operatório, importância do uso dos suplementos e medicamentos. Também são aplicados testes psicológicos. No início deste ano, a equipe que é composta por médicos-cirurgiões, enfermeiras, nutricionista, psicóloga e médica clínica, passou a contar também com o suporte de uma fisioterapeuta que trabalha com os exercícios respiratórios e ensina técnicas que auxiliam na recuperação do paciente. Nos encontros de grupo pós-operatório ainda há a participação de uma educadora física.

Os atendimentos no Serviço de Cirurgia Bariátrica – realizados pelo SUS – só ocorrem após o encaminhamento pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS). E esses pacientes devem seguir critérios, conforme Portaria do Ministério da Saúde:
– indivíduos que apresentam IMC 40kg/m² com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo 2 anos;
– indivíduos com IMC maior que 35kg/m² e com comorbidades sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo 2 anos;
– nos jovens entre 16 e 18 anos poderá ser indicado nos que apresentarem Escore-Z maior que +4 na análise do IMC por idade, porém não deve ser realizado antes da consolidação da epífises de crescimento.

Foto: Elisângela Dewes/Divulgação