Pesquisadores, professores, estudantes, produtores, empresários e agentes econômicos envolvidos na cadeia produtiva de óleos essenciais estarão reunidos, de 20 a 22 de novembro, na Universidade de Caxias do Sul, para trocarem experiências e resultados. Eles participam do 9º Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais (SBOE), que neste ano tem como tema “Inovação e Sustentabilidade”.

O evento é coordenado pelo diretor do Instituto de Biotecnologia da UCS, professor Gabriel Fernandes Pauletti, e reúne palestras, mesas-redondas, reuniões de grupos de trabalho e apresentações de trabalhos científicos na forma oral e sessão de pôsteres. Segundo o professor, “a UCS, que neste ano completa 50 anos, atua desde 1996 em pesquisa e desenvolvimento de óleos essenciais, além de diversas dissertações e teses no programa de pós-graduação em Biotecnologia e projetos com empresas. Contamos também com pesquisa que utiliza óleos essenciais no controle de micro-organismos e na parte de aromas”.

Segundo os organizadores do Simpósio, o Brasil é o quarto maior produtor mundial e o primeiro em óleos essenciais de citros. Depois da Segunda Guerra Mundial e até a década de 1980, o Brasil foi o maior produtor de óleo de sassafrás (Ocotea pretiosa) e óleo de hortelã (Mentha arvensis), sem mencionar o óleo essencial de pau-rosa (Aniba roseaodora).

A trajetória da realização desse simpósio mostra que a Associação Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromáticas e Óleos Essenciais (APPA), criada no início da década de 1960 e agora extinta, estabeleceu e financiou um programa de pesquisa, promovendo viagens de campo à Amazônia, adquirindo equipamentos para laboratórios, publicações científicas e documentação normativa sobre a qualidade e análise dos óleos essenciais brasileiros. Pela importância econômica dos óleos essenciais para o país, o simpósio foi retomado por institutos de pesquisas e universidades e com um caráter itinerante: o último, em 2015, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, aconteceu como uma reunião conjunta com o Simpósio Internacional de Óleos Essenciais (ISEO), o mais tradicional evento científico no campo, que ocorre na Europa a cada ano desde 1969, uma excelente oportunidade de intercâmbio entre pesquisadores de ambos os continentes.

Programação 
Na segunda-feira, dia 20, recom pesquisadores da Embrapa, da Universidade Federal do Paraná e da Universidad de Buenos Aires (Facultad de Farmacia y Bioquimica). Também neste dia, às 14 horas, no UCS Teatro, acontece a palestra “Inovação e sustentabilidade em perfumaria: da natureza à criação”, com Virginie Barbesant, da empresa Givaudan Brasil. Logo após, Ricardo Remer, da Remer, Villaça & Nogueira, aborda “Inovação e Propriedade Intelectual relacionada a óleos essenciais”. Trabalhos orais e sessão de pôsteres integram a programação da tarde.

Na terça, dia 21, a partir das 8h30min, uma mesa-redonda discutirá as análises químicas em óleos essenciais e, às 11 horas, haverá um debate entre setor produtivo e instituições de pesquisa sobre a Cadeia de Óleos Essenciais. Às 14h30min, ocorre a mesa-redonda “Biotecnologia e Óleos Essenciais”, com temas relacionados com biotecnologia e melhoramento genético em plantas aromáticas para produção de óleos essenciais.

Na quarta-feira, dia 22 de novembro, às 8h30min, o professor Gabriel Pauletti aborda “Produção e extração de óleos essenciais de Cunila galioides Benth. no Sul do Brasil”, uma experiência de domesticação e produção. E, às 10 horas,  ocorre a mesa-redonda sobre “Cultivo e extração de óleos essenciais e bioprospecção”, abordando seleção, domesticação, propagação, cultivo, extração e a nova legislação Brasileira sobre Biodiversidade.

Às 14 horas, a pesquisadora Catalina Maria Van Baren, da Universidad de Buenos Aires, aborda sobre “Utilização de óleos essenciais como agentes antimicrobianos para o desenvolvimento de fármacos e biocidas” e, às 15 horas, será realizada a mesa-redonda “Aplicação de óleos essenciais em alimentos, cosmética, farmácia e agropecuária”. Uma assembleia geral, com início às 17h30min, encerra  o evento.