Coordenador executivo do TecnoUCS participa de missão em universidades portuguesas.
UCS esteve representada em grupo de dez instituições, integrantes do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas, que conheceram programas e ambientes de inovação em instituições de Ensino Superior de Portugal.
A atuação dos parques científicos-tecnológicos como articuladores do processo de transformar o conhecimento produzido nas universidades em soluções de mercado, produzidas por empresas, com suporte do poder público, pautou a mais recente missão internacional do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), que teve Portugal como destino. A Universidade de Caxias do Sul foi representada pelo coordenador-executivo do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação – TecnoUCS, Enor Tonolli Jr.
A comitiva foi formada por reitores e gestores de área de dez instituições que integram o Comung. Além da UCS, compuseram o grupo representantes do Centro Universitário Metodista IPA, da Universidade de Santa Cruz do Sul, da Universidade Feevale, da Fundação Universidade de Cruz Alta, da Universidade do Vale do Taquari, da Pontifícia Universidade Católica, da Universidade de Passo Fundo, da Universidade da Região da Campanha e da Fundação La Salle. As visitas ocorreram durante quatro dias, no final de novembro.

Projetos para indústrias – O roteiro se iniciou no Instituto Politécnico de Leiria (IPL), destacado na área de polímeros e de desenvolvimento de moldes para a indústria automotiva e com diversas unidades distribuídas em municípios de sua região, caracterizadamente industrial, em um modelo de regionalização semelhante ao da UCS. Uma destas unidades é o Centro de Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRSP), cuja função é o desenvolvimento de projetos junto às empresas da região, em especial dos setores de plástico e vidro, o que gera, para a instituição, um faturamento de 1,5 milhão de euros por ano.
No dia seguinte, a comitiva conheceu mais três órgãos pertencentes ao Instituto Politécnico. Primeiro, a Escola Superior de Artes e Design (ESAD), com atuação expressiva nas áreas de vidro e cerâmica, impressão 3D e design. Depois, a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, que abrange os segmentos de hospitalidade e gastronomia da instituição e estudos de biologia marinha. Por fim, o grupo esteve no Centro de Formação e Divulgação do Conhecimento Marítimo, que trabalha com pesquisa aplicada para o desenvolvimento de novos produtos em conjunto com empresas.
Inovação tecnológica – No terceiro dia de visitas, a comitiva gaúcha conheceu o complexo de ciência e tecnologia da Universidade do Porto – cuja região é mais industrializada de Portugal, concentrando um terço da população do país. A instituição mantém o programa Porto Inovação, de desenvolvimento de startups e de projetos inovadores de base tecnológica orientados para a indústria. Além disso, o programa inclui a testagem (do ponto de vista da verificação de viabilidade mercadológica enquanto produto ou serviço) de conceitos trabalhados em teses ou dissertações dos mestrandos e doutorandos da Universidade. De acordo com o coordenador-executivo do TecnoUCS, Enor Tonolli Jr., este é um modelo de participação que deve ser incorporado ao StartUCS, programa da UCS de desenvolvimento de novos negócios, beneficiando os estudantes dos programas de pós-graduação stricto sensu.
No último dia, foram conhecidas duas extensões do Porto Inovação: o UPTEC TECH – Polo Tecnológico e Centro de Inovação (segmento de tecnologia) e a UPTEC PINC – Polo das Indústrias Criativas (segmento de Economia Criativa).
Alinhamento com modelo europeu permite intensificar parcerias e intercâmbios
Para Tonolli, a visita às instituições portuguesas, assim como ocorrera em missões técnicas anteriores, confirmou que conceitos têm direcionado iniciativas da UCS e do TecnoUCS para a produção de conhecimento e o desenvolvimento sustentável, em consonância com o poder público e o setor empresarial, estão alinhados à visão predominante no continente europeu. Esta afinidade, segundo o professor, permite a intensificação de intercâmbios para a troca de experiências e aprendizado entre a UCS e instituições parceiras, como o próprio Instituto Politécnico de Leiria.
Embora a similaridade de visões, uma diferença é fundamental para a performance dos parques brasileiros em relação aos europeus: o investimento estatal. Enquanto no Velho Continente a participação dos países-membros da Comunidade Europeia é assegurada e organizada por meio de um plano comum, denominado Horizon 2020 – iniciado em 2015 e que até 2020 vai injetar um total de 80 bilhões de euros em projetos de desenvolvimento de Ciência e Tecnologia –, no Brasil o governo tem reduzido o fomento à pesquisa e outras ações de produção de conhecimento do Ensino Superior.
Resta às instituições brasileiras buscar ampliar a participação de recursos concorrendo aos fundos internacionais. Contudo, a apresentação de projetos para angariar recursos do Horizon 2020, por exemplo, só é possível por parte de universidades e empresas que sejam formalmente parceiras no desenvolvimento de soluções de mercado criadas a partir de pesquisas acadêmicas. De tal forma, o TecnoUCS tem enfocado esta modalidade para a criação de produtos e serviços inovadores, capazes, especialmente, de modernizar a matriz econômica regional.
Fotos/Divulgação
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