Reinventando a Vida

No UCS Sênior, redescoberta é proposta da disciplina Reinventando a Vida, que visa melhorar a autoestima, ampliar horizontes e possibilidades. Isso, a partir de um olhar diferenciado, de forma criativa, feliz, através do diálogo e da reflexão sobre os desafios da conjuntura atual, realidade que neste semestre se deparou com uma pandemia. Entre os objetivos das atividades, conforme explica a professora, Apolonia Sulenta, estão “oportunizar aos alunos elementos que visem auxiliar na resiliência, criar recursos para manter o encantamento da vida, favorecer a reflexão conjunta sobre a reinvenção concreta a partir do que se vive e sente, e sobre a importância da escuta da dor presente no mundo e em cada um, oportunizando, a cada aula, uma nova esperança baseada na espiritualidade e na vida”. Os alunos expressam sentimentos, dores e preocupações, bem como conquistas, mudanças e reinvenções do período, no que a docente avalia como movimentos significativos de mudança e de apoio mútuo.

Exemplo do significado da pessoa que reinventa a vida continuamente, segundo a professora, é Clea Fernandes, 95 anos, sua aluna há seis anos. “Sua participação é maravilhosa, com depoimentos que são estímulo para quem a escuta, revelando valores éticos, morais e espirituais”, define. Clea ingressou no programa em 2014 – após a perda de seu marido, pediu às filhas que buscassem, para ela, uma oportunidade de interação. “Entre os vários títulos do UCS Sênior, escolhi na hora Reinventando a Vida. Cada vez estou gostando mais, e já estou matriculada para o próximo semestre”.Das aulas, ela destaca o acolhimento, a reflexão, a possibilidade de conviver consigo e com os outros, além da espiritualidade e da expressão muito carinhosa com todos. “O que me trouxe ao programa foi me querer bem”, conta a aluna, por muitos dos colegas tratada carinhosamente como “mãezinha”, que fica ansiosa por participar de cada encontro e destaca o encanto pela docente e sua capacidade de ensinar. Nesse semestre de interações virtuais, até a celebração de seu aniversário com a classe, no dia 20 de julho, ocorreu desse modo, com muitos abraços, beijos e parabéns pela tela do computador. “Fico muito feliz em estar na UCS”, define, sobre as vivências no ambiente universitário, lembrando das experiências com os colegas na expectativa pelo reencontro presencial, e reforçando a importância de seguir em movimento, com os amigos e, também, junto de sua família.

Mais vivências
Sobre a nova realidade de classes virtuais imposta pela pandemia, a aluna Marta Susana Peroncini de Angeletti, 71, conta que a dedicação docente e a participação dos integrantes possibilitaram viver a experiência com serenidade. “Foi possível, sem negar o que está acontecendo mundialmente, continuar vivendo plenamente”, conta, com gratidão em relação à atividade, que oportunizou a cada um a exposição de seus pensamentos. “Neste semestre, conversamos sobre resiliência, espiritualidade, sempre entendendo que estamos e somos seres interconectados e interdependentes”.

O colega Jorge Vogt, 79, destaca a oportunidade de pensar sobre modo de agir e cotidiano, a partir de um contato on-line que permitiu compartilhar rotina, afazeres, aprender e se comunicar com o grupo. “Adoro ter aula com meus colegas on-line. É um jeito de estarmos mais perto e dialogando dia a dia”, descreve, acrescentando que pretende continuar aluno da disciplina e reencontrar os participantes, antigos e novos, no segundo semestre.

Também estudante, Carmen Scopel, 73, explica que no período de isolamento tem aprendido a se conhecer, descobrindo fraquezas e virtudes, além de dominar impaciência e desânimo, que às vezes aparecem. “Estou cultivando a paciência, a fé, a esperança e a oração. Aprendi a cuidar da minha saúde física, mental e espiritual”, com aulas que considera assertivas e o relato das experiências dos colegas. “Tenho certeza que todos nós crescemos, aprendemos a mudar quando é necessário e se reinventar sempre”, afirma, com gratidão.